The Religious Views of Ludwig von Mises

In an email exchnage with Walter Block, Michael Edelstein et al., Michael raised a question about the religious views of Ludwig von Mises. None of us were certain, so I emailed the man who would know, Richard Ebeling, and he did not fail us. He emailed back:

Bob,

I once spoke to Margit von Mises about Ludwig’s views on religion. She told me that he was an agnostic.

Margit said that she had been asked to be God-mother to one of Hans Sennholz’s children. After the ceremony at a church, Ludwig, who had been sitting way back in the church, said to her, “That’s enough religion for one day.”

This was not uncommon for German and Austrian Jews of Mises’s generation. In the nineteenth century, especially though not exclusively, in Central and Eastern Europe, there had been a great Jewish movement to join and immerse oneself in modern secular society.

There was, in particular, an attitude that German cultural reflected modernity in science, art, literature, music. Immersion into German culture was an entree into Western Civilization and escape from
the isolation and primitive ritualism of Orthodox Judaism. German society was “Enlightenment.”

Plus, due to the social and political prejudices and restrictions on Jews in German society in the nineteenth century, to be accepted into “society,” conversion to Christianity was found necessary. (This is how Karl Marx’s father could become a Prussian civil servant in Trier in the Rhineland.)

But while there were many sincere conversions to Christianity, many more were “expediencies” for social advancement. Over time,  this fostered a shift toward “secularism” among the children and grandchildren of those who did so.

Reading the memoirs of some who attended the same “Academic Gymnasium” (high school) in Vienna that Mises attended in the 1890s, there was a desire to study the “modern” languages along with the required Greek and Latin. To read the latest “progressive” (in the non-political sense) literature of the time, and to be informed on all things “scientific.”

Half of the students at this Vienna high school that Mises attended in the 1890s were Jewish, and the required Hebrew courses (for the Jewish students) were considered a millstone of superstition for which most only had ridicule. It was viewed as an attempt to keep them linked to a cultural past that was only an embarrassment.

“Modern man” was free from these shackles of irrationalism. Now, I don’t want to create a wrong impression. There were many “modern” religious, practicing Jews in both Germany and Austria before and after the First World War. But there was a noticeable percentage who were atheists or agnostics. (Often this was particularly, though certainly not exclusively, among those drawn to the political “left,” as well as the more “advanced” liberals.)

Ludwig’s bother, Richard, had converted to Christianity (but whether this was sincere or an expediency I’ve never read). Their mother, Adele, remained a practicing Jew all her life,  contributing to Jewish charities in her home  town in Galicia. Their father, Arthur, clearly was more “modern” but active in the Jewish community leadership in Vienna after moving his family from Lemberg in the early 1890s.

And, of course, Ludwig’s great-grandfather had been “ennobled” by the Austrian emperor, Franz Joseph, in 1881 (the year Ludwig was born) for his service to the empire as the head of the orthodox Jewish community in Lemberg. But the Mises family orthodoxy was sufficiently “enlightened” that they supported and fought for the liberal political reforms of the revolution of 1848.

But for the generation of Austrian Jews of which Ludwig von Mises was one, a philosophical utilitarianism, a political and economic liberalism, and a belief that “reason” and science were marks of thoughtful “modern man” (as was certainly Ludwig’s worldview) atheism or at least agnosticism were almost “inevitable” complements.

This episode of Jewish history in the Germany and Austria of this period is fascinating and revealing (including why and how in spite of this wide attempt by many in the Jewish community in these countries to become “Germans”and “Austrians” parallel to or above their identity as “Jews,” yet that they remained nonetheless “Jews” living in Germany and Austria in the eyes of most non-Jews.)

All best wishes,
Richard

Richard also reports that he discusses the subject in greater detail with appropriate references in his introduction to volume 1 of the “Selected Writings of Ludwig von Mises” (Liberty Fund, 2010).

 

Fonte: http://www.economicpolicyjournal.com/2018/01/the-religious-views-of-ludwig-von-mises.html

The Religious Views of Ludwig von Mises

Anarquismo sem hífens

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Há apenas um tipo de anarquista. Não dois. Apenas um. Um anarquista, o único tipo, conforme definido pela longa tradição e literatura da própria posição, é uma pessoa em oposição à autoridade imposta através do poder hierárquico do estado. A única expansão disto que me parece razoável é dizer que um anarquista se opõe a qualquer autoridade imposta. Um anarquista é um voluntarista.

Contudo, além disso, os anarquistas também são seres humanos e, como tais, contém as variedades infinitamente facetadas do caráter humano. Alguns são anarquistas que marcham, voluntariamente, à Cruz de Cristo. Alguns são anarquistas que se aglomeram, voluntariamente, nas comunas de figuras paternas queridas, inspiradoras. Alguns são anarquistas que buscam estabelecer as bases de uma produção industrial voluntária. Alguns são anarquistas que, voluntariamente, buscam estabelecer a produção rural dos kibbutzim. Alguns são anarquistas que, voluntariamente, buscam desestabelecer tudo, incluindo sua própria associação com outras pessoas; os ermitões. Alguns são anarquistas que comerciam, voluntariamente, apenas em ouro, nunca irão cooperar e irão esconder seu jogo. Alguns são anarquistas que, voluntariamente, adoram o sol e sua energia, constroem estufas, comem apenas vegetais e tocam o saltério. Alguns são anarquistas que adoram o poder dos algoritmos, jogam jogos estranhos e infiltram templos estranhos. Alguns são anarquistas que vêem apenas as estrelas. Alguns são anarquistas que vêem apenas a terra.

Eles florescem de uma mesma semente, não importando o desabrochar de suas idéias. A semente é a liberdade. E isso é tudo. Não é uma semente socialista. Não é uma semente capitalista. Não é uma semente mística. Não é uma semente determinista. É simplesmente uma afirmação. Nós podemos ser livres.

No demais tudo são escolhas ou sorte.

O anarquismo, a liberdade, não lhe diz nada sobre como pessoas livres irão se comportar ou que tipo de acordos elas farão. Ele simplesmente diz que as pessoas possuem a capacidade de fazer acordos.

O anarquismo não é normativo. Ele não diz como ser livre. Ele apenas diz que a liberdade, como tal, pode existir.

Recentemente, num jornal libertário, eu li a afirmação de que o libertarianismo é um movimento ideológico. Pode até ser. Num conceito de liberdade, ele, seus autores, vocês, ou nós, qualquer um, possui a liberdade de se engajar em ideologia ou qualquer outra coisa que não coaja outros, negando-lhes sua liberdade. Mas o anarquismo não é um movimento ideológico. É uma afirmação ideológica. Ele diz que as pessoas possuem a capacidade de serem livres. Ele diz que todos os anarquistas querem liberdade. E depois ele se cala. Após a pausa desse silencio, os anarquistas armam o palco de suas próprias comunidades e história e proclamam a sua ideologia, e não a anarquista – eles dizem de que forma, como anarquistas, irão realizar acordos, descrever eventos, celebrar a vida, trabalhar.

O anarquismo é uma idéia-martelo, destruindo as correntes. A liberdade é o que resulta e, em liberdade, o restante cabe às pessoas e suas ideologias. Não cabe à ideologia. O anarquismo diz, com efeito, que não há uma ideologia

dominante, com letras maiúsculas. Ele diz que as pessoas que vivem em liberdade tomam suas próprias decisões e realizam seus próprios negócios nela e através dela.

Uma pessoa que descreva um mundo no qual todos devem ou deveriam se comportar de uma mesma forma, marchando numa mesma formação, à mesma batida, simplesmente não é um anarquista. Uma pessoa que diz que prefere de certa forma, deseja que todos preferissem dessa mesma forma, mas que então diz que todos devem escolher, certamente é um anarquista. Provavelmente o é.

Liberdade é liberdade. Anarquismo é anarquismo. Ambos não são queijo suíço ou algo que o valha. Não são propriedade. Não possuem direitos autorais. São idéias antigas, disponíveis, parte da cultura humana. Podem ser hifenizadas, mas de fato não são hifenizadas. Podem existir por conta própria. São as pessoas que adicionam hífens e ideologias suplementares.

Eu sou um anarquista. Eu preciso saber disso, e você deveria saber. Afinal de contas, eu sou um escritor e um soldador que vive num determinado lugar, com certas pessoas e por certas convicções. E isso também pode saber. Mas não há hífen após o anarquista.

A liberdade, finalmente, não é uma caixa dentro da qual as pessoas devem caber. A liberdade é um espaço dentro do qual elas podem viver. Ela não diz como elas irão viver. Ela diz, eternamente, apenas que nós podemos.

— Karl Hess

Anarquismo sem hífens

A pergunta que nenhum estatista consegue responder

[Nota: O presente texto é a forma como decidi responder isso aqui.]

Eu tenho uma pergunta simples pros estatistas. Toda a filosofia dos caras é baseada na ideia de que o estado pode violar a propriedade privada porque “a democracia é o melhor sistema, exceto todos os outros”. E mais: segundo eles, se não fosse o estado violando propriedades através do uso unilateral da força, não seria possível a existência de uma sociedade pacífica. Isto é, uma sociedade pacífica depende de agressões para existir. A ideia é evidentemente estúpida, mas se utilizarmos certas frases (igualmente estúpidas), como “o homem é lobo do homem” ou “na prática são outros quinhentos”, pode ser que aparentemos ter alguma razão quando criticamos aqueles que fazem oposição a isso.

Imagine que estamos em uma distopia Izzy Nobrista: um lugar onde um grupo de pessoas obteve o monopólio legal do uso da força. O sistema de justiça é monopolizado por esse grupo, isto é, este é o grupo responsável por dar a cada um aquilo que lhe é devido (mesmo que pra isso ele precise confiscar indevidamente recursos daqueles que “protege”). Dado que é um monopólio legal sob determinada faixa territorial, nenhum outro grupo pode assumir essa função. Qualquer pessoa que tentasse estabelecer e participar voluntariamente de algo diferente seria barrada com o uso da força e qualquer concorrente aniquilado.

Você é habitante de uma fazenda humana democrática e patriota. Entretanto, por problemas da vida, um homem desenvolveu esquizofrenia, perdeu tudo o que tinha e acabou tornando-se um morador de rua. Certa noite, enquanto andava numa das ruas controladas pela máfia monopolista, jagunços com distintivos, teoricamente responsáveis pela proteção dele, decidem agredi-lo sem que ele tenha feito nada de errado. Eles não deram chance alguma de defesa ao senhor de 37 anos. Toda a ação ficou claramente registrada por câmeras de segurança e todos os habitantes ficaram sabendo do caso. Ele faleceu dias depois por não resistir aos ferimentos.

Revoltados, os outros habitantes começaram protestos contra a ação da máfia. Afinal, de acordo com as regras prescritas pela própria instituição da qual os criminosos fazem parte, eles não têm o direito de agredir uma pessoa inocente (ao menos não sem utilizar o vocabulário adequado, como chamar “roubo” de “imposto”, por exemplo). Sendo você um defensor da democracia, também achou isso inadmissível e exigiu que a máfia estatal punisse os próprios membros.

Finalmente, os jagunços foram levados aos tribunais para responderem por um tipo de crime que, aparentemente, a máfia monopolista ainda não permitia legalmente. Apesar das claras imagens, a “justiça” precisou de três anos para decretar a pena. E qual foi a pena? Nenhuma. Após três anos, os jagunços que espancaram o homem indefeso foram absolvidos. A Máfia Suprema decidiu que o uso de força contra um homem pacífico com problemas mentais era legítimo, mesmo que esse uso de força tenha consistido em quase 10 minutos de agressões contínuas.

Você, sujeito íntegro e defensor da democracia, certamente não gostou da decisão. Entretanto, hoje, graças ao aparato coercitivo (que você defende) estabelecido no território em que você reside, esses jagunços vivem às suas custas e estão livres para cometer outros crimes. E aí fica a pergunta:

Como você garante que o estado fará justiça nessas situações?

Você vai para a rua protestar com mais alguns defensores da democracia. Alguns são presos. Outros, como você, esquecem-se rapidamente das constantes injustiças cometidas através do sistema que você defende e vão para a internet escrever textos estúpidos e trollagens direcionadas aos que propõem um sistema diferente.

Seja como for, no estatismo, a injustiça não é uma mera suposição.
A injustiça está amparada na lei.

A pergunta que nenhum estatista consegue responder

Combater as drogas é escravizar a população

O que é o combate as drogas, se não a mais pura violência? Violência contra toda a população, violência contra os usuários de drogas e a violência como consequência da mesma.

O estado precisa de recursos para manter a política de combate as drogas. Como instituição criminosa que é, obtém tais recursos ao espoliar a população. Usa a força contra pessoas pacíficas. Dessa forma, toda a população têm seu direito a propriedade violado para combater algo que muitas dessas pessoas inclusive não gostariam que fosse combatido. A primeira forma de violência do combate as drogas é o roubo em massa feito pelo próprio estado.

Depois de atacar toda a população, o estado conduz um ataque ao usuário. Atua de forma a impedi-lo de usar o corpo e a própria propriedade da maneira que desejar. Viola seu direito a vida, propriedade e liberdade implicando que uma opinião é mais valiosa que tudo isso. O indivíduo perde a soberania individual e torna-se mero escravo das opiniões transformadas em imperativos pelo estado. Os que concordam com tal arranjo apenas rezam para que as suas e não as outras opiniões tornem-se a norma. A luta destes não é pela liberdade, mas pelo poder de impor suas ideias.

Por fim, além de imoral, o combate as drogas é ineficiente. Enquanto há demanda, há mercado. Se o estado proíbe a venda, um mercado negro é criado. Diferentemente do mercado comum, o mercado negro recompensa os mais violentos. Enquanto os gastos chegam a níveis estratosféricos e o consumo se mantém o mesmo (pois o estado é ineficiente no combate), a violência só aumenta. Entre em algum portal de notícias qualquer e busque pela palavra “traficantes”. O número de tiroteios, assaltos, sequestros, mortes e até mesmo estupros envolvendo essa palavra é exorbitante. São notícias diárias sobre tal assunto. E tudo isso graças a proibição estatal.

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A subversão da moral permite a subida de assassinos a um status de herói. Pablo Escobar era visto como um bom homem por parte da população da Colômbia. Traficantes são vistos como heróis por alguns jovens por agirem como um estado paralelo mais eficiente que o próprio estado. A proibição dá a eles a possibilidade de lucrar muito graças ao mercado mais restrito e, dessa forma, comprar pula-pulas para as crianças do local onde vivem, oferecerem presentes aos moradores. Mas muitos destes ainda são assassinos. Assassinos não deveriam ser tratados como heróis, mas a proibição das drogas possibilita isso ao dar poder a tais pessoas. Esse poder maligno é visto como uma vitória sob a fraqueza e passa a ser objeto de idolatria.

“O dano produzido a sociedade por maus hábitos não é nada comparado ao dano produzido pela violência do aparato estatal.” – Larken Rose

Combater as drogas é escravizar a população

Quem são os relativistas?

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O estado é a maior organização iniciadora de agressões contra pessoas pacíficas.

Se vamos falar de agressão, comecemos então a definir isso.

Defino agressão como qualquer ataque físico, roubo, sequestro, estupro e fraude.

Dessas formas de agressão, interessa-nos analisar a do roubo.

O roubo é a subtração não consentida realizada por um indivíduo a propriedade de outrem. Roubo é a tomada da posse de um bem alheio sem o consentimento do legítimo dono.

E o que é o imposto? Além de ser um dos meios pelos quais o estado se mantém, é também a subtração sem consentimento da propriedade alheia em benefício do estado, ou seja, em benefício de um grupo de indivíduos privados que alegam possuir o direito de monopolizar o uso da força e de legislar sob determinado território.

Mas questão é que o estado não é proprietário legítimo de nada. O estado não se apropria da terra como todos os outros indivíduos: misturando seu trabalho a ela. Nope. O estado se apropria de seu território da seguinte forma:

Art. 20. São bens da União:

I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)

V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI – o mar territorial;

VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII – os potenciais de energia hidráulica;

IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Não pelo trabalho da terra, mas pela imposição através de um decreto. A partir de então, o estado se declara proprietário de todo aquele território que nunca tocou e advoga para si o direito de usar a força contra todos aqueles que ali habitam.

Apesar das discordâncias sobre como exatamente a propriedade deve ser definida, sabe-se, pelo menos, que um indivíduo não pode apropriar-se de algo por simples verbalização, ainda mais tratando-se de algo que já está na posse de outro.

O estado, portanto, nada mais é que um agressor, uma instituição financiada pela espoliação em massa. Um ladrão. Não matarás, não roubarás? O estado não respeita isso. Pelo contrário, o estado é justamente o assassinato, justamente o roubo.

Mas para os estatistas de direita nada disso importa. Apenas se preocupam em impor seus valores morais, como se pudesse haver moralidade sem liberdade. Dizem que bandido bom é bandido morto enquanto defendem o crime organizado disfarçado de legalidade.

Quem será que realmente está relativizando a moral por aqui?

Quem são os relativistas?

“Se você não gosta das regras do estado, então simplesmente pegue suas malas e vá para outro lugar!”

 

O estado é uma instituição detentora do monopólio do uso da força em determinado território. Dentre outras coisas, o estado consiste num pequeno grupo de pessoas espoliando e ditando regras para uma grande massa. Os estatistas, longe de serem indivíduos iluminados e cheios de sabedoria, são, na verdade, o pior tipo de criminoso existente.

Diferente do ladrão de rua, os estatistas não roubam-lhe explicitamente, mas tomam seu dinheiro na surdina. E, pior que o ladrão de rua, não deixam-lhe em paz após o ato do roubo, mas desejam continuar parasitando constantemente e dando-lhe ordens arbitrárias.

Ainda assim, uma grande massa apoia a existência de tal instituição. Mesmo que o estado só possa existir mediante o consentimento ativo ou passivo destas pessoas, elas ainda o apoiam.

Na verdade, muitas destas pessoas ririam de você caso você manifestasse suas opiniões contrárias a tal instituição. Afinal de contas, é perfeitamente normal que um grupo de pessoas viva as suas custas, que tome decisões por você, que erre em seu nome. E que, além de tudo isso, tem o poder de dizer-lhe o que você pode ou não consumir. De cercear suas liberdades individuais a qualquer momento que desejarem.

É claro que tudo isso só pode ser feito através de uma grande lavagem cerebral. Ninguém em sã consciência apoiaria tal arranjo. Cabe, portanto, aos libertários a tarefa de abrir os olhos daqueles que foram enganados pela propaganda estatal por tanto tempo.

Qualquer um que deseje provar-lhe a moralidade do estado irá falhar miseravelmente, pois o estado é imoral e não possui qualquer legitimidade para taxá-lo.

Um estatista ainda poderia argumentar que tal arranjo é apoiado pela maioria, mas isso é, na verdade, indiferente. Um ato não se torna menos criminoso caso muitas pessoas o apoiem. O assassinato, o roubo e o estupro não se tornariam atos melhores caso as pessoas resolvessem defendê-los.

Por fim, minha presença em determinado território não significa que eu concorde ou consinta com a presente situação.

Imagine que seu vizinho joga lixo no seu quintal. Caso você não se mudasse, isso significaria que você consente com aquilo? Não me mudo, não consinto com o lixo jogado em meu quintal e nem com as regras estatais.

A grande questão está na legitimidade de determinada pessoa (ou grupo de pessoas) em fazer as regras para determinado local. Antes de dizer que libertários devem sair de determinado local caso não concordem com as regras impostas pelo estado, estatistas devem provar a legitimidade do estado em realizar tal ato.

O que falta ser respondido é o por quê de pessoas pacíficas terem de sair enquanto aqueles que estão iniciando o uso da força possuem o direito de ficar e ditar as regras.

Como eles irão defender o roubo político e negar a legitimidade do roubo em suas vidas pessoais sem se contradizer, eu não sei. Cabe a eles tal malabarismo.

“Se você não gosta das regras do estado, então simplesmente pegue suas malas e vá para outro lugar!”